quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Experience so far

Esta cena do Erasmus é uma coisa muito estranha. Por um lado, o punhal da saudade está sempre presente. Por outro, assim que estiver em casa na rotina castradora vou chorar baba e ranho.

Acontecem cenas e a experiência é quase o avesso do expectável, não obstante vagas de gente a falar da mesma. Estou a aprender quase zero, academicamente falando. O resto? O resto é vida. Não é tão intenso quanto esperava, mas também não tenho feito assim taaanto quanto isso.

Cozinhar é bom, ter comida congelada também. E os nossos fígados certamente que nos odeiam um bocadinho mais :P

Conclusão: não é explosivo, mas neste momento não trocava por nada. Excepto vá, cinco minutos com vocês. Quatro.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

que surpresa

um post meu.

mas reparei que não temos escrito nada de jeito.

Não que eu vá escrever alguma coisa de jeito. Posso, porém, falar um bocadinho acerca do livro que ando a ler, o qual incita à embriaguez ("Os Paraísos Artificiais", Baudelaire). Eu gosto de livros que incitem à embriaguez, uma vez que retira um peso tremendo da minha consciência a aprovação de uma grande entidade intelectual.

"Profundas alegrias do vinho, quem vos não conheceu? Quem quer que tenha tido um remorso a apaziguar, uma recordação a evocar, uma dor a afogar, um castelo em Espanha a construir, todos, enfim, vos invocaram, deus misterioso escondido nas fibras da vinha. Como são grandes os espectáculos do vinho, iluminados pelo sol interior! Como é verdadeira e ardente esta segunda juventude que o homem vai buscar dentro de si! Mas quão temíveis são também as suas volúpias fulminantes e os seus feitiços enervantes! E contudo dizei, em vossa alma e consciência, juízes, legisladores, homens da sociedade, vós todos a quem a felicidade abranda, a quem a fortuna torna fáceis a virtude e a saúde, dizei, qual de vós terá a coragem impiedosa de condenar o homem que bebe génio?"

Num estilo não tão grandiloquente, elaborei uma pequena lista das razões que me fazem apreciar o supracitado estado:

1. uma auto-consciência severamente diminuída significa passos de dança gradualmente mais estúpidos e, por isso mesmo, muito mais apetecíveis
2. a capacidade de falar outras línguas desenvolve-se, atingindo o seu expoente máximo
3. o tempo parece deixar de existir, ou melhor, existe todo no mesmo instante
4. a percepção da dor é afectada, pelo que a aproximação exagerada e violenta de uma parede de pregos se torna relativamente possível
5. o medo de multidões tonitruantes e produtoras de testosterona (vulgo moche) desaparece

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

a minha primeira vez


Olá! O meu nome é Francisca e estou na aula. É um facto. Hihihihihihi. Às vezes chamam-me Lídia, acho que estou bêbada.

Não sei o que dizer mais. Acho que estou com gases.




Estou mesmo.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

festa portuguesa


xou linda.

ó gonçalo! não podes editar assim os posts alheios.

pronto, estou maluquinha.

odeio-te.

porque gosto tanto de ti, xou linda.

ao contrário de ti, que és feio e cheiras a escroto.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

um pensamento profundo

já fiz xixi em mais países do que aqueles que realmente visitei. um dia, áustria e alemanha, outras partes do meu corpo que não a bexiga irão explorar-vos.



entretanto, aqui deixo os meus mais sinceros agradecimentos pela vossa prestabilidade enquanto mictórios.

domingo, 23 de outubro de 2011

Insultem-me quanto quiserem, mas sim, eu emocionei-me a sério quando visitei o anexo onde a Anne Frank e a família se esconderam durante a II Guerra. Não me venham com tretas de:"Ah, preupeupeu, ela não foi a única, foram milhares deles e toda a gente a trata como o prodígio, pardais ao ninho, blablabla" porque o que aqui se passa é completamente diferente. Eu li o diário de Anne Frank umas boas 3/5 vezes dos 11 aos 13 anos. Para mim, longe de ser um prodígio, ela é o toque humano de que muitas vezes carecem as grandes tragédias mundiais, no que à consciência social diz respeito. Dêem uma voz e um rosto semelhante a qualquer habitante do Darfur e logo este deixa de parecer de um outro mundo paralelo, que, após o habitual e apático:"Pois, é verdade, é uma tragédia." que suscita, logo é metido no bolso como se de um universo tão fantástico como o do Harry Potter se tratasse.
A Anne tornou-se a mais famosa cara/voz de entre outras tantas, e, ainda que não concordem com as razões de ser desta escolha (certamente não terá sido a única, nas mesmas condições, a deixar o testemunho e com certeza o seu diário longe estará de ser o livro mais bem escrito relativo ao assunto), a verdade é que a desgraça de uma só personagem principal nos atinge mais que a de toda uma multidão anónima. Um anónimo, ainda que não queiramos, deixa-nos a impressão de um ET - a sua existência, tanto física como espiritual, é para nós uma irrealidade. Ao humanizar um só elemento desta multidão, o anonimato passa a ter não um, mas todos os rostos que a compõem - percebemos finalmente que são humanos.


Portanto, sugiro a todos que se deixem de merdas pseudo-intelectuais e aspirações falsamente altruístas - quando a nossa personagem preferida morre no final do livro, todos choramos ou, não sendo dados a tais demonstrações de mariquice, ficamos abalados.

p.s. : comprei um soutien numa loja de sexo dos 300 do red light district.

sábado, 22 de outubro de 2011

O meu sábado à noite

VOLTEEI PARA LANÇAR A MINHA LUZ SOBRE ESTE BLOG!

hehe,
not.


Ora bem, é Sábado à noite aqui e não me apetece sair. Não me apetece sair = não tenho ninguém aqui no Porto que me suscite vontade suficiente para apreciar as maravilhas da noite do Porto acompanhado. Então fico em casa a trabalhar para o Mário Moura. Trabalhar = vaguear sem destino pelos confins mais recônditos do facebook, ao ponto de começar a ver as fotos do Pedro Boucherie só porque sim. E a ouvir Ravi Hamahamahehe Shankar. E descobri que a música indiana tem um efeito bastante calmante em mim, estou a começar a sentir as vibrações indianas a correr pelos meus Chacras e a perceber que se calhar o Ghandi tornar-se-ia Ghandi bem mais depressa se tivesse entrado para a Fbaup e tivesse de paginar um livro de contos.

A Fbaup anda calma. O Aires decidiu que de repente passámos de criancinhas inconscientes para quase designers, maneiras que diz coisas como "ah é melhor a apresentação ser às 10 não é? porque nem toda a gente chega as 9 e meia" sem a menor ponta de ironia, e nos trata por tu, por isso as aulas têm decorrido de forma até bastante agradável!

O carvalhais sobe a cada dia que passa na lista top 10 school future marriage fantasies, consegue aliar na perfeição intelecto e extelecto. E TEM UMA VESPA PRETA <3.

Ora bem, deixem cá pensar em "mais" juicy news. Já vos disse que a vida social lá não existe? Pronto, continua a não existir, e se existe, é de forma muito fragmentada. O pessoal no fim das aulas vai à sua vidinha, e pelo bar ficam apenas os resistentes da causa "não vamos voltar a ter momentos destes daqui a um ano". Restam os belos momentos da cantina, esses ainda persistem, e ainda persiste a constante revolta face à minha velocidade de degustação. Entretanto ando armado em Hermione Granger e tenho andado a requisitar muitos livrinhos da biblioteca, a ver se aprendo alguma coisa por mim abaixo. (neste momento, devido à minha alusão à personagem, deparei-me com o vídeo do beijo dela com o Ron no filme, e foi bonito, é bom vermos filmes com beijos quando se está sozinho num sábado a noite, felizmente o Rabibimahamahe Shankar compreende-me)


Entretanto o conservatório anda fixe, vou fazer de peixeiro na ópera deste ano, o meu primeiro papel cantado (veremos!) e fui à minha primeira aula de jazz ontem, a orquestra é gigante e fixe e vou cantar com uma rapariga que canta maravilhosamente, e ao microfone :D. E há montes de gente interessante e descontraída, hum hum, descontraída.

Bem, o Shankar decidiu pôr-se a cantar agora o Magadedeninigadazazadedehummhumm e está a tossir-se todo, acho que o vou dispensar por agora.

Tenho muitas saudades da nossa crew, ainda hoje quis ir trabalhar para o café da casa da música nesta tarde de sol bom mas lembrei-me que todos os que cá ficaram moram na baixa e não querem gastar dinheiro de metro, damn them.

Xoxo,

Forever Alone

terça-feira, 18 de outubro de 2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Atrasada, a experiência inicia-se

E pronto, hoje oficialmente começaram as minhas aulas (teoricamente a semana passada, mas, como diria a xica, "upssss"). Quer isto dizer que o choque de transição de um horário noctívago para qualquer coisa que se assemelhe ao período de exposição à luz do dia normal em Espanha me dá a sensação de estar a viver o maior dia da minha vida.

A cidade, claro, aproveita para continuar a trollar os seus habitantes através de temperaturas de 10ºC pela manhã e 30ºC a partir da hora do almoço.

Apercebi-me que desenvolvi um pequeno hábito estranho: verificar subtilmente a língua com que os meus colegas imediatamente à minha esquerda e direita tomam notas, para tentar saber se são "de fora" ou não. De igual modo, apercebi-me que metade deles não percebe ponta do que é dito, e que eu próprio ocasionalmente sofro o instante de transição em que o professor passa de Espanhol para um dialecto alienígena em tudo semelhante ao árabe. É fascinante.

Agora se me dão licença, vou começar a trabalhar que tenho oito dias para fazer dois cartazes, anunciados hoje *trololol*

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

omg, so transparent


oh pedro, tenho um dilema
daqueles mesmo problemáticos
diz-me
aposto que mete comida
00:53
meu deus, tu lês-me
é que eu tenho imensa fome e queria ir preparar um pãozinho... mas tenho medo que a brigitta esteja bêbeda e fique a falar durante dois anos

Regresso ao passado

Acho que vou ter aulas com um gêmeo do aires e o primeiro projecto é um cartaz tipográfico.

U mad, Erasmus?

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Hoje fui abençoado com um professor de pintura na recepção aos erasmus, que afinal vai ser dividida por departamentos. A esperança de entrada nas aulas dos erasmus, foi-nos dito, é entre uma a duas semanas depois dos restantes. Antes que terminem o vosso pensamento de "são piores que os portugueses", agravo o mesmo dizendo que eles têm uma cacofonia de feriados, e que quase sempre que os mesmos são numa terça, há ponte de sábado ao próprio feriado.

Assim, por entre um grupo muito maduro (que prontamente se riu quando leu que um professor se chamava de "Coca"), recebi frases de trollanço deste professor tais como "Are there any greeks here? Yes? My sympathies for your country" e "You will see we here treat women like in Berlin, theres no molesting like in other countries" (pensei logo em vocês, lídia e xica)

É bom ter estado na fac num dia de actividade, though. Foi quase como estar em casa, com novos cromos de freaks para coleccionar <3

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

o post do pânico

estou aqui, na minha primeira aula de fotografia, mas o professor ainda não chegou. estou sozinha com dois outros estudantes, um dos quais acabou de praguejar. eu consegui perceber isso. infelizmente, não consegui perceber metade das perguntas que ele me fez há bocado. estou a sentir-me tal e qual um carrinho de supermercado numa loja de cristal atlantis.

para melhorar a situação, vou ter que explicar ao professor que não trouxe a máquina porque me esqueci do carregador em portugal.

felizmente falo bem inglês, caso contrário iriam pensar que tinha problemas a nível cognitivo (se é que já não o pensam após brilhantes demonstrações de "oui, je comprends le français, mais je parle seulement un petit peu." "gibberishé, gibberishon, gibberishelle" "pardon?(sotaque francês) i didn't understand.")

a culpa é toda deles que falam para dentro e não articulam bem.

PÂNICO. Porque é que o professor não chega???

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Esta merda começa a ter piada

Contrabalançando o post da tristeza do dia de ontem, faço hoje um post da felicidade. Porque o dia merece, de facto, uma moldurinha de ouro com floreados maricas como eu gosto.

Hoje seria, supostamente, o primeiro dia de aulas para mim e para a Xica; porém, ao atingirmos finalmente o nosso destino, um dos vários papéis colocados na porta de entrada avisa-nos gentilmente a celebração do dia da comunidade francesa, cuja consequência é o encerramento da faculdade. Após uma leitura atenta dos restantes papéis, pudemos ainda concluir que amanhã, bem como Sexta-feira de manhã, não teremos aulas. Qual o nosso sentimento após o confronto com tal situação? Estamos em casa.

Assim, aproveitámos o dia para ir à papelaria e passear um pouco (sim, comi um gauffre com chocolate. Problem?)
Vou agora falar um pouco acerca da papelaria: tem quatro andares - cada um deles duas vezes maior do que a Papélia. É, na realidade, uma espécie de supermercado, mas em vez de leguminosas, enchidos e produtos de limpeza, as prateleiras encontram-se recheadas de deliciosos lápis, apetitosas canetas e eficientes tipos de papel. E sim, também há por lá pessoas a andar com aqueles carrinhos de xadrez que os idosos e a Xica usam no supermercado.
Como se já não fosse um local suficientemente perfeito, à saída tem ainda uma máquina onde a Coca-Cola custa €0.70. Foi por volta desta altura que do meu olho direito escorreu uma lágrima de felicidade.

Para terminar o dia como deve ser, nada como comer chocolates que custariam 10 euros no Japão, de graça. E não só! Para além dos supracitados, de chocolates retirados de caixas Luis Vuitton, de Gillian, de Godiva, etc., bebemos ainda shots de licor de chocolate - tudo isto acompanhado por uma breve história do dito produto. 

(sim, agora adequo títulos dos ornatos / manel cruz aos posts aqui no blog)

Fresh News From The Stayers

Gossip Gon here, your one and only source into the scandalous lives of the Oporto's elite.

Sunlight is still rising above the stars, and the stars are getting hotter and hotter. Guess that little MM <3 is going to mess everyone's head with good criticism, but not everyone is thrilled. The fabulously confident Mouthy A just got shut. Gingie G is pleased with some of the new stars that were just born into society, let's see if red is not a stopping-sign for newcomers.

You know you love me
Xoxo

Gossip Gon

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

é só mais um dia mau.

hoje escrevo aqui, mas não tenho nada demais para contar. 
não tenho nada, aliás. 
apetece-me escrever porque é um daqueles dias depré em que se acorda doente e com o peso imenso do cansaço em cima do corpo. 
é um daqueles dias em que tudo o que nos apetece é ficar em casa a ouvir antony and the johnsons, a curar a tristeza e a amansar a realidade que nos caiu em cima de repente.
é um daqueles dias em que nos apetece pedir ao mundo que nos esqueça durante 24h, para que amanhã possamos sacudir tudo mais uma vez  - e só voltar a pensar na merda quando for novamente um daqueles dias.

mas hey, é ver o lado positivo! estou triste pela primeira vez numa cidade nova.


(acidentalmente descobri que se pode editar os posts de outras pessoas, que engraçado)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Después de unos chupitos..

Começou. Estou na segunda bebedeira em dois dias.

Não que o Erasmus se conte em bebedeiras at all. Simplesmente, coincidiu com o início da experiência de conhecer outrém, de entrar num submundo cultural que ultrapassa a superfície turística. I'm feeding my head.
Sou eu mesmo e sou outra pessoa. Tenho sido criança aparentada por pessoas improváveis, delicadamente capazes de me conceder direitos intelectuais sem me cortar à existência de turista, de pessoa exterior, e tenho sido eu mesmo orientador, pai de italianos heterobichas (percebo, Gonçalo, percebo) com namoradas ou franceses socially awkward com que se fala de violação como se fosse comédia du jour.

Continuo a falar demasiado quando bêbado. E o francês lá foi para o quarto, apesar de me ter aturado a noite toda.

Domingo creio que poderei ter notícias engraçadas. Aparentemente, é o dia para se ser pessoa por cá, e todo eu sou desejo de ser qualificado como pessoa

terça-feira, 20 de setembro de 2011

achei que merecia.

A rentrée

Bem, hoje tive pesadelos com a fbaup. Não sobre trabalhos, graças a deus, essa fase chegará só... hum... daqui a uma semana.
Mas sonhei que toda a gente que eu conhecia da fbaup se tinha tornado homicida e que me estavam todos a tentar matar com objectos cortantes. Todo o pesadelo consistiu numa longa perseguição em torno de um edifício palaciano, com salas onde as vítimas capturadas eram enterradas pela altura dos ombros e, através de grandes machados mecânicos, lhes eram cortados os braços. Perante o horror de tal destino, decido aceitar a ajuda de uma Espinafre que me leva para uma sala de chá completamente decorada à William Morris, e apercebo-me de que ela já não está vestida normalmente mas sim à Lady Gaga no Alejandro. Obviamente, era uma emboscada, e só me lembro de ver o que presumo serem os pais dela vestidos à travestis-góticos antes de acordar todo suado.

Em relação à fbaup, está bastante seca por enquanto, mas cheia de novidades um tanto curiosas. Primeiro de tudo, parece que nunca consigo cumprimentar as pessoas, fica sempre aquele limbo estranho e fervoroso de acções semi-concretizadas, entre o beijo e o abraço à guna e o aperto de mão. Da nova colheita não posso dizer muito, não me parece genial, mas vão entrar dois amigos que andaram/andam comigo no conservatório, tendo um deles desistido de arquitectura no seu terceiro ano, e não sei se tal situação me agrada ou não, a ver vamos. A Ervilhinhas mudou de visual e encontra-se bastante favorecida. De resto, todas as pessoas andam por grupinhos compartimentados e a Daniela e a Diana ainda não deram sinais da sua existência. Ando eu e a Maria a ver vôos para a Europa e a combinar ver um espectáculo de marionetas bastante giro no teatro Carlos Alberto (felizmente que a tenho, vou ser bem puxado para montes de eventos culturais giros). A Juliana está sexy até dizer chega, abracei-a imenso mal nos vimos finalmente, embora de forma também semi-concretizada devido à emoção do reencontro. O Mário Moura confessou que viu o filme com o Justin Timberlake e a Mila Kunis este Verão e amo o Queirós até ao fim allez allez.
O carvalhais só virá para a semana, pelo que terei dois dias livres esta semana, amanhã e Quinta! E finalmente comprei nutella.


Bem, e por agora é tudo. You know you love me.

Xoxo

Gossip Gon

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Bora amigos

Acabei de me aperceber de que não tenho identidade. Têm-me acompanhado três pessoas, e dessas três nenhuma pode afirmar compreender algo sobre mim ou vice-versa. Tenho vontade de sair agora mesmo de casa e ir algures - não o fazendo por questões de logística (chaves de casa e barulho) - mas apercebo-me que em breve o poderei fazer.
Já posso ser adolescente de novo, percebem? Explorar identidade. Podia em casa, mas aqui..

Quero um ou mais cortes Erasmus, quero ser imagem fugaz e memória marcante. Juro, cada dia que passa tenho mais vontade de fazer e ser por cá, e tenho começado passo a passo. Amanhã tenho casa, tanto quanto sei. Amanhã cozinho algo de diferente, quiçá legumes salteados ou então tentativas caseiras de crepes chineses.

(Perdoem-me o aspecto lírico da coisa, mas não o conseguia descrever de outra forma)

noob

Gonçalo, a tua aventura dos mil autocarros, descrita no post anterior, lembrou-me a minha "aventura" frustrante de ontem. Para começar, deverei explicar toda a gincana semi-olímpica que é meu dever desempenhar para que a deslocação ao centro da cidade se registe com sucesso: da solarenga e pacífica Grimbergen, onde habito, deverei apanhar um autocarro pleno de flamengos, durante quarenta e cinco terríveis minutos, até atingir a Gare du Nord (o centro). Após visitar praticamente todas as terriolas dos arrabaldes de Bruxelas, onde o sol abunda, sou então cruelmente atirada para uma cinzenta Bruxelas. 
Ora, como o meu destino de ontem era o Botanique, saí do autocarro em Rogier, isto é, a estação de metro imediatamente anterior à estação do Botanique. Assim, armada em macho, peguei nos meus potentes tomates e lancei-me a pé à procura do supracitado local, rejeitando categoricamente uma viagem de metro que durasse apenas uma estação. O resultado foi o esperado: perdi-me na rua das lojas de sexo, mesmo a tempo de ver um idoso caquético de bengala a aventurar-se sorridente nas delícias eróticas do VHS/DVD/Blu-Ray. Como se não bastasse, as nuvens decidiram largar então a celeste urina. Agora no rumo certo, perguntei à minha amiga se já se encontrava no Botanique, ao que ela me responde que o rendez vous afinal era na Bourse. Embora conseguisse ir perfeitamente a pé do sítio onde me encontrava, decidi, em parte pelo fracasso da tentativa anterior, em parte pela condição climatérica pouco favorável, apanhar os dois metros necessários (vivam os transbordos). E foi assim que, ao sair da estação de metro pela porta que dava para a praça contrária à pretendida, dei por mim exactamente no sítio onde tinha andado perdida uns momentos antes. 


E a Bourse ali ao lado.

o dia 17 de Setembro

Hoje faz um ano desde que fiquei órfão em Milão. Calhou num domingo, belo dia para sermos despejados de uma carrinha e deixados à nossa sorte no meio das paredes até então brancamente hostis da residência cujo nome lembrava um acampamento de escuteiros com pouca imaginação, Campus Certosa. À minha frente, depois de todo um chão vazio e cimentado com grades de ventilação e pessoas pobres a vaguear, reinava o maior supermercado que até então tinha visto nas redondezas. E o mais inútil, portanto. Deveria ser crime largar um filho à sua sorte num domingo.
Ora, entrando eu pelas portas sumptuosamente automáticas da residência, decido fazer o que qualquer pessoa em Itália faria num situação de tal precaridade alimentícia: encomendar uma pizza. Dirijo-me então à recepção com o melhor dos meus sorrisos recém-desemparelhados e começo a falar no meu melhor inglês, também recém-desemparelhado. O recepcionista tentava esforçadamente fazer-se entender na sua extensa explicação do menú da call-on pizzaria mais próxima, mas eu não estava a conseguir compreender o que raio seria um zucchine. Quando o solícito Giovanni se resolve por fim a acabar com a penosa dúvida, virando para mim o monitor do computador e mostrando toda uma página cheia de courgettes verdes, compridas e grossas, percebi que a saga "Awkward Moments do Gonçalo" seria uma espécie de "Anjo Selvagem" italiano, aparentemente sem fim à vista.

E depois, a sinopse do fail dessa mesma tarde: "Gonçalo decide seguir as indicações de dois italianos bastante idosos e apanha mil autocarros com destino a um outro supermercado que supostamente abriria aos domingos. Gonçalo volta para casa através de bairros suburbanos e consegue chegar a paragem do autocarro através da ajuda de um senhor que fez questão de percorrer quilómetros para o deixar na paragem certa e depois voltar para trás. O mais surpreendente: Gonçalo regressa ainda virgem à residência, e, para sua felicidade, volta a comer pizza ao jantar."

Um ano depois, percebe o quão ingrato é em olhar com tristeza para o seu prato de dois croquetes e batatas um-nadinha-fritas da cantina. É óbvio que uma pessoa nunca aprende.

domingo, 18 de setembro de 2011

Vacas, Senhor

Aterrar nestas terras tem sido muito estranho. Por um lado, existe uma familiaridade nas pessoas com quem tenho andado e alguns dos locais visitados que acarreta precisamente aquilo de que me queria livrar no Porto. Por outra, as pessoas aqui conseguem levar as coisas a extremos tão curiosos que em Portugal o hardcore ia parecer cócó.

No entanto, o mais curioso até ao momento têm sido as vacas. Não me refiro a imigrantes Porto-Riquenhas proporção 1:2 com tops que lhes ficam pela terceira onda da barriga e cintos de gaga a fazer de travestis de calções, mas sim de homens aleatórios vestidos de vacas pela cidade. A sério, compreendo que haja quem pense ser boa ideia vestir gente de rato mickey nos 36ºC que estiveram ontem (sim, Lídia e Gonçalo, estou no Verão), mas não percebo as vacas. Quando questionei um deles sobre o assunto, ele disse-me "Por las chicas, claro!"

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(post de estreia cócó. as minhas aulas só começam a 3, mas vou andar num espaço artístico a aprender a dançar e serigrafia)

sábado, 17 de setembro de 2011

como eu sobrevivi.

Carrego sobre os meus ombros o peso de inaugurar este inspirado recanto de contemplação e intelecto, mas prometo que o faço com uma boa história - daquelas que envolvem perseguições, alemães ricos e hotéis de cinco estrelas.
Começa a minha narração de forma vulgar, no decorrer de um pacato fim de tarde na cidade de Bruxelas, após um magnífico repasto no requintadíssimo Subway. Percorrendo as ostentosas ruas do centro da supracitada cidade, eu e a Francisca compreendemos o quanto esta tem para oferecer - chocolates, waffles, doces, gomas, pães, pizzas, batatas fritas, boinas brilhantes e elevadíssimos saca-rolhas do manneken-pis, onde a extremidade que saca a rolha (aquela enroscada, sim) faz as vezes do membro viril da criatura.
Após este delírio consumista sem consumo, a hora de voltar à minha terrugem aproximou-se.  Preparava-me eu para me dirigir pacatamente à estação de autocarros, quando um rapaz aleatório mete conversa comigo a perguntar onde era a Gare du Nord (o local para onde eu me dirigia). Na minha inocência respondi-lhe, acreditando pelo seu aspecto que se encontrava tão deslocado naquele local quanto eu. Mas ele continuou a falar. E a aproximar-se muito de mim. E a perguntar se eu tinha namorado. Disse-lhe que estava casada e que me chamava Luísa. Ele não me largou. Começou a abraçar-me. Tentou beijar-me. Nesta altura, já a entrar em pânico ao ver que todos os cafés dos arredores se encontravam fechados, larguei em corrida na direcção de um casal de irmãos com aspecto simpático e expliquei-lhes dramaticamente a minha situação. Fazendo jus ao julgamento que deles tinha feito, a rapariga convidou-me a ir com eles até ao hotel onde se encontravam hospedados e a ficar lá um bocado para depois pedir a direcção de uma paragem de autocarro alternativa. Soube que eram alemães e que o hotel onde se encontravam hospedados era o Sheraton (no que toca a ser salva por pessoas aleatórias, eu não faço por menos). Assim, sentei-me com cara de vaca que aterrou na lua, no sofá do dito hotel, recuperando a temperança sob o olhar inquiridor da senhora mãe deles que não compreendia o porquê da minha presença ali. Ao fim de algum tempo, a rapariga levou-me ao concièrge do hotel que não só me deu as indicações necessárias, como ainda me escoltou até à paragem mais próxima.

E eu disse:"I wish I was a guy."

A um concièrge do Sheraton.